O sistema informático utilizado pelo Chefe de Estado são-tomense, no seu gabinete no Palácio do Povo, foi assaltado. Um agente da segurança do Palácio Presidencial terá retirado o disco duro, e outros equipamentos de armazenamento e transferência de dados do sistema informático de Pinto da Costa.
Numa altura em que o país regista sucessivos actos de sabotagem, o Palácio Presidencial, mais concretamente o gabinete do Chefe de Estado Manuel Pinto da Costa, não escapou a onda de ataques cujos objectivos ainda são desconhecios. No passado dia 1 de Outubro a equipa técnica do Instituto Nacional de Inovação e Conhecimento(INIC), foi inspeccionar o sistema informático instalado no Palácio do Povo, que permite comunicação em video conferência, e outras modalidades de comunicação e troca de informação, entre o Presidente de São Tomé e Príncipe e os seus homólogos africanos e não só. A operação de rotina do INIC permitiu identificar que o Gabinete do Presidente da República foi alvo de um ataque de sabotagem, ou de uma estratégia premeditada para vasculhar a privacidade do Presidente. O computador instalado no gabinete de Pinto da Costa, foi violado. Os atacantes levaram o disco duro do computador, a placa de energia foi retirada, assim como as placas de video e de memória. Só ficou o casco do computador. O sistema informático que foi instalado no quadro da cooperação entre a Índia e os países africanos, tem uma unidade central instalada no rés de chão do Palácio Presidencial. Estrategicamente os atacantes conseguiram também entrar na unidade central, e levaram todo o recheio electrónico, ou seja, o disco duro, as placas de memória e de video. Nenhum outro bem do Gabinete de Pinto da Costa, foi tocado, nem tão pouco na sala do rés de chão onde funciona a base central. Fonte do Téla Nón considera que os atacantes só queriam deitar as mãos nos equipamentos que guardam informações e dados do Presidente da República. O Chefe de Estado são-tomense tomou conhecimento do ataque contra o seu sistema informático, quando estava de visita privada à Portugal. Viajou no dia 27 de Setembro último rumo a Lisboa, e a inspecção do INIC, que detectou o ataque foi realizada no dia 1 de Outubro. O Téla Nòn apurou que 1 dos 4 seguranças do Presidente da República, que tem acesso as chaves do seu gabinete, confessou ser o autor material da operação do ataque contra o sistema informático do Chefe de Estado. Confissão feita após forte interrogatório, realizado ainda na Unidade de Defesa e Segurança do Presidente da República-a Guarda Presidencial, pela contra-inteligência da guarda pretoriana do Chefe de Estado. O segurança que assaltou o sistema informático, foi detido, conduzido mais tarde à Polícia de Investigação Criminal, e presente ao Ministério Público. Foi constituído arguido e neste momento aguarda julgamento em regime de prisão preventiva, apurou o Téla Nón. O Téla Nón sabe também que a rigorosidade da investigação em curso, pela contra-inteligência da Guarda Presidencial pode pôr luz sobre o autor ou autores morais da operação, caso eles existam. Não é a primeira vez que a segurança do Presidente são-tomense, regista acções consideradas perigosas ou suspeitas de interesses infiltrados. Em meados de Março passado, num dos dias de grande apagão (corte de energia eléctrica no país), um sargento da Guarda Presidencial, que chefiava a Unidade do Palácio do Povo naquela noite escura, terá tido manifestações suspeitas, que levaram a sua detenção, apurou o Téla Nón de fonte segura. O sargento em causa era membro da escolta do Presidente da República. O Téla Nón apurou que o mesmo foi expulso da corporação. Acabou transferido para o departamento da Polícia Fiscal e Aduaneira. Nos últimos dias, terá deixado novos sinais no ar, que motivaram a sua detenção pela segunda vez. Desta feita, o ex-sargento da guarda presidencial, está guardado no estabelecimento da Unidade de Protecção dos Dirigentes do Estado, por ordem do Tribunal Militar, apurou o Téla Nón. A pressão alegadamente de natureza política, que os agentes da Guarda Presidencial, são alegadamente alvos, no sentido de violarem o sistema de defesa e segurança do Presidente da República, só não surtiu efeito a 100%, por causa da reforma operada na Guarda Presidencial, explicou para o Téla Nón a fonte que pediu anonimato. Em Julho de 2012, pela primeira vez na história da unidade militar autónoma que protege o Chefe de Estado, um oficial do exército passou a ser o comandante. Na altura era Capitão. Chama-se Leopoldo Fernandes, vulgo Rambo. Promovido a Major, em 2013 o novo comandante da Guarda Presidencial, operou reformas na estrutura de comando. O chefe de Operações da Guarda Presidencial e outros chefes de secções foram afastados, para dar lugar a novos chefes, alguns deles oriundos do exército.